terça-feira, 30 de abril de 2013

SEXO FRÁGIL ?


Sexo frágil que nada, com o início das I e II Guerras Mundiais as mulheres tiveram que assumir as posições dos homens no mercado de trabalho sem perderem o controle dos lares.

Algumas leis passaram a beneficiar as mulheres, atualmente vêm ampliando seus espaços no mercado de trabalho e sendo cada vez mais reconhecidas como qualificadas, uma vez que, estão conquistando empregos e os rendimentos femininos crescem em um ritmo muito mais acelerado em comparação ao desempenho dos homens, ainda que não estejam em melhores condições devido à existência de preconceitos, discriminações e principalmente o desrespeito da desigualdade salarial entre mulheres e homens, mesmo que os trabalhos tenham o mesmo nível ou até superior.

A visão moderna nos aponta: o marido deixou de ser a única figura provedora do lar; as mulheres também precisam trabalhar e ganhar dinheiro, sendo, assim, parceiras, dividindo as responsabilidades financeiras ou, até mesmo, assumindo sozinhas toda a responsabilidade financeira familiar. Aquele tempo de serem apenas esposas, mães e donas do lar, agora é passado, o mundo aposta em valores femininos, principalmente como a capacidade de trabalho em equipe contra o antigo individualismo, a persuasão em oposição ao autoritarismo, a cooperação no lugar da competição.

Sem dúvida, estamos ocupando, cada vez mais, importantes postos nos mercado de trabalho, tais como: nos tribunais superiores, nos ministérios; nos altos níveis de grandes empresas e grandes organizações de pesquisas de alta tecnologia. Desafiando a força bruta do homem, algumas mulheres dirigem veículos pesados, pilotam, comandam tropas.

Tenho a convicção que não existem mais limites e diferenciações entre a mão de obra feminina e a masculina. Pois, somos fortes e guerreiras, já nascemos preparadas para enfrentar as adversidades do mundo, cuidar da nossa família e enfrentarmos a luta pela sobrevivência. Não foi fácil, mas persistimos e alcançamos nosso lugar na sociedade.

Caríssimas companheiras, de fato, as mulheres estão tomando conta e dominando, e com certeza é um domínio de amor e compreensão, de justiça e solidariedade e com responsabilidade social.

Com tantas lutas e conquistas, é inevitável falar da participação da mulher na política. Aí sim, a nossa busca é ainda maior, pois há muito que conquistar. Só para entendermos um pouco melhor, quero citar a evolução da participação feminina na política, lembrando, que somos 52% do eleitorado no Grande ABC, dados recentes 2012, portanto, nós mulheres somos a maioria do eleitorado.

Considerando que o primeiro registro de voto feminino no Brasil do século XX é de 1928, porém, fruto de petição judicial isolada e não de um direito garantido constitucionalmente, pois o voto feminino só passou a ser obrigatório em 1946, entretanto, a primeira Deputada Federal Eleita foi Carlota Pereira de Queirós, empossada em 1934, só agora, pela primeira vez no Brasil, temos uma mulher, Dilma Roussef, ocupando a Presidência da República, que em seu discurso de posse disse que um dos seus compromissos era honrar as mulheres do nosso país e q essa seria a forma de expressar sua gratidão pois, se ela estava eleita era porque milhões de brasileiras, lideranças, mulheres, lutaram no país, e construíram essa possibilidade. E nós sabemos que uma sociedade mais desenvolvida, caso queira ser uma nação digna de um país com o nosso tamanho, tem que exigir respeito e a igualdade.

A eleição da Presidente Dilma, inegavelmente foi uma grande alavancada, mas não foi suficiente para garantir a equiparação, haja vista as dificuldades tendo ela que fazer concessões, alianças, uma vez que as mulheres são a minoria no congresso, nos cargos de decisão política. Embora, na última eleição, conquistamos algumas vagas nos parlamentos municipais, estaduais e federais, o número de cargos eletivos ocupados por mulheres é ínfimo, não passa de 10%, mesmo sendo a maioria do eleitorado.
 
Essa constatação é justificativa suficiente para fazermos uma reflexão mais aguçada sobre nossa participação e chamarmos para nós a responsabilidade, afinal, nós mulheres, somos naturalmente os seres mais políticos e fazemos parte dessa ciranda louca, portanto, temos que mais do que nunca de encarar essa realidade e com a pretensão sim de nos tornarmos personagens que garantam seus espaços por competência, e dignidade, à parte da nossa essência natural que é a maternidade, pois somos seres pensantes, responsáveis e com sensibilidade, capazes de acreditar que juntas com outras tantas mulheres, poderemos transformar a nossa cidade, o nosso estado, o nosso país e porque não o nosso mundo.
 
Muitas de nós ignoramos o aspecto genial do ser sensível muitas vezes entendido apenas como algo pequeno e frágil. Por isso temos que estar sempre relembrando as conquistas nas lutas das mulheres.
 
Haja vista, o movimento feminista que foi fundamental no processo de evolução na história de lutas das mulheres, movimento este que alterou totalmente o panorama social do século XX e um detalhe muito importante, sem derramamento de sangue. No entanto, muitas de nós agimos como se não fôssemos beneficiadas por esse movimento maravilhoso.
 
Companheiras, diante da realidade, que muitas vezes criticamos, ficamos enojadas e desacreditamos daqueles que estão no poder através do nosso voto, temos que nos interar, participar mesmo que seja como apoiadoras. Mas é imprescindível que estejamos engajadas nas políticas voltadas às mulheres, é imprescindível que assumamos a nossa responsabilidade enquanto agentes políticos e atores sociais para fortalecer a corrente com ênfase na questão de gênero para que saiamos da maquete, do projeto e nos transformemos na grande obra executada, cientes de que cada uma de nós pode ser um tijolo para a construção de uma nova realidade. O momento é esse, AGORA! É imprescindível participarmos, aproveitarmos a oportunidade que temos de fazer valer a nossa força e coragem para promover a tão cobrada e esperada transformação.
 
Portando, nobres companheiras, devemos levar em consideração que se em SBC somos 52% do eleitorado e não elegemos nenhuma mulher, temos que admitir que muito, mais, muito mesmo ainda há que se fazer, e se cada uma de nós fizer um pouquinho, certamente chegaremos lá.
Um fator que também deverá ser considerado é que São Bernardo do Campo tem exemplos de mulheres que se destacaram por demais nesse universo até então predominantemente masculino, é certo que são poucas, na verdade apenas cinco mulheres. Mas são mulheres que mostraram a cara, a garra, o seu compromisso e competência e nós deveríamos nos espelhar nelas.
 
A 1ª é a prefeita Teresa Delta, que em 1947 marcou sua participação no cenário político de SBC por sua brilhante atuação. Tive o prazer de conhecê-la (quem tiver o interesse de saber mais sobre ela, temos aqui um documento com sua biografia).
 
A 2ª é a nossa Deputada Ana do Carmo, guerreira, irmã, companheira, exemplo vivo e presente conosco, que também tem como marca registrada a simplicidade e o compromisso com o resgate da cidadania, o companheirismo e a persistência. Foi eleita vereadora por três mandatos, assumindo em 2013 o seu terceiro mandato como Deputada Estadual.  Quero citar também outros três nomes de mulheres que ocuparam cadeiras na nossa câmara de vereadores: a Vereadora Sonia Sarti, a Vereadora Ivone Soares e a Dra. Julieta Nagle. 
 
Considerando, todas as citações deste discurso, cabe então a nós mulheres irmos tomando posse de nossas conquistas, aumentando efetivamente nossas participações políticas como eleitoras e detentoras de mandatos.
 
Amigas, companheiras, como Assistente Social e agente político de São Bernardo do Campo, o meu compromisso é com a justiça social, a participação democrática, o resgate da cidadania e a socialização de conhecimento e informação. Já lutei e sofri muito defendendo essas questões. Participei de algumas administrações onde pude contribuir muito com a nossa cidade, com nossas comunidades, com nosso povo, mas confesso que muitas vezes desanimei porque me sentia sob julgo e muito só, atravessei desgastes imensos, no entanto, nunca desisti embora, tivesse vontade muitas vezes. Atualmente, estou mais motivada, mais esperançosa, porque quando apresentei a proposta da formação do Comitê de Mulheres em Ação de São Bernardo, de imediato começaram as adesões, primeiro pelas minhas parceiras de longa data e em seguida por outras guerreiras que hoje somam conosco.
 
Hoje, falo em nome do Comitê de Mulheres em Ação de São Bernardo, no qual nós mulheres, unidas na luta pela questão de gênero e convicta que o nosso comprometimento é a nossa arma para alavancarmos um trabalho com a participação efetiva das mulheres como agentes de transformação, em todas as áreas “superando nossos limites e garantindo nossos espaços”, também na política de nossa cidade, nosso estado, nosso país, com a bandeira do compromisso, ética, conhecimento, competência e dignidade. Convicta que a caminhada na seara política e um desafio muito grande e mais do que nunca necessário e por isso, a indispensável colaboração social. 
 
Afinal, não queremos estar nem à frente, nem atrás dos homens, mas sim lado a lado com eles.
 
Claudete Munhoz
Assistente Social PDT/SBC
 e Idealizadora do 
Comitê de Mulheres de São Bernardo em Ação
 
 
Aqui seguem os nomes de minhas companheiras e irmãs de muitas lutas, muitas caminhadas que comigo iniciaram e assumiram mais uma empreitada, no grande desafio deste “Comitê de Mulheres em Ação de São Bernardo”. 
 
Carla Ferreira
Adriana Millitz
Norma Prudêncio Finato
Silvia Miranda
Fátima Regina Della Barba de Jesus
Cidinha Paulino
Maria Aparecida Lima
Roselei do Prado
Aline Ferreira
Claudinéia G. Galhardo
Dra. Lúcia Regina Dantonio
Dra. Olinda Garcia Sene
Marlene Vieira Villar
Gabriela de Lima Gomes
Fátima Batista
Nilda Gomes
Claudete Miranda
Carina Zampini 
Lúcia Cavinato
Deize Braga
Elizabete 
Josefa Gessilma de Souza
Marcia Barros
Ana Zorzetti
Viviane Cristina 
Sônia Banhos
Natalia Liberalino
Terezinha Rosa Sena
Roseli Felix
Flávia Piaia
Francisca Silva
Sandra Goulart




2 comentários:

  1. O sexo frágil, que há muito se convencionou ser a natureza do feminino e da mulher, vem passando por grandes transformações desde a Revolução Industrial. A mulher desde então, vem ocupando um espaço de forma ativa na grande massa proletária e, gradativamente, se apropriando de funções decisórias no âmbito da economia e das políticas macroeconômicas, sem, no entanto, perder sua hegemonia nas políticas microeconômicas restritas ao ambiente familiar.

    Quando ocorrem transformações quanto às funções socioeconômicas de gênero, obviamente isso não se dará somente no universo de um deles. O universo masculino, ainda que não se dê conta, é obrigado a se reorganizar quanto às novas funções exigidas que emergem segundo as necessidades concretas, procurando adaptar-se a elas e às perdas de funções que antes eram exclusivas, sendo que uma delas era a de provedor. Atualmente, essa função, salvo exceções, perdeu a sua exclusividade e considero situação irreversível.

    Alguns entendem que os papéis de gênero se inverteram e que o homem vem exercendo sua função ocupando o espaço doméstico, lacuna deixada pela mulher que passa a ocupar mais e mais as atividades relacionadas ao mercado de trabalho. Considero tal constatação errônea. Ainda que o homem possa adaptar-se e realizar tarefas e afazeres domésticos, como limpar a casa, fazer comida, etc., definitivamente não se trata de se apropriar e demarcar esse meio, a ponto de inverter os papéis.

    As mulheres vão continuar a cuidar de suas casas pois tem uma sensibilidade maior para fazer certo trabalho. Mais de sexo frágil não tem nada, pois além de fazer tanta coisa ainda tem a casa para cuidar.

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  2. Parabéns a você Claudete pela iniciativa e a todas estas mulheres que abraçaram contigo essa causa nobre.

    Esse papo de "sexo frágil" é coisa de séculos passados.

    As mulheres lutaram, buscaram seu reconhecimento e hoje são destaques.

    Você plantou uma sementinha. Desejo que ela germine, frutifique e se espalhe.

    Abraço!!!

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